Ano novo, aquele clima de amor e perdão por todos os cantos, então nada melhor começar o ano com uma resenha feliz e bem tranquila,não é? Na verdade, NÃO...NÃO É!


Incidente em Antares - Érico Veríssimo
Páginas: 496
Editora Companhia das Letras

Sinopse: 

Em dezembro de 1963, uma sexta-feira 13, a matriarca Quitéria Campolargo arregala os olhos em sua tumba, imaginando estar frente a frente com o Criador. Mas logo descobre que está do lado de fora do cemitério da cidade de Antares, junto com outros seis cadáveres, mortos-vivos como ela, todos insepultos.

Uma greve geral na cidade, à qual até os coveiros aderiram, impede o enterro dos mortos. Que fazer? Os distintos defuntos, já em putrefação, resolvem reivindicar o direito de serem enterrados - do contrário, ameaçam assombrar a cidade. Seguem pelas ruas e casas, descobrindo vilanias e denunciando mazelas. O mau cheiro exalado por seus corpos espelha a podridão moral que ronda a cidade.

"Desta vez abri a veia da sátira e deixei seu sangue escorrer livre e abundantemente." - Erico Verissimo
                                                                                Skoob


         Rapazes, vamos abaixar nossas cartolas...Senhoras, façam um gesto gracioso...porque Érico Veríssimo é um cara que merece todo nosso respeito e admiração.

         Incidente em Antares pode ser considerado como gênero romance por alguns, mas se ao lê-lo você concordar que é um romance, certamente você não captou a essência do livro.

         Apesar de ser um livro de ficção, o livro contém uma afronta ao autoritarismo,hipocrisia e ao falso moralismo...e quer saber o ano de publicação??? 1971, no auge da repressão do regime militar.

         O livro se divide em duas partes : “Antares” e o “Incidente”.
Confesso que a primeira parte é bem exaustiva, pois conta a história de Antares, uma cidade do Rio Grande do Sul, onde duas familias disputavam pelo poder. Narra toda uma disavença política, golpes, traições até o momento do nosso querido incidente.

         O nosso querido incidente começa quando os coveiros entram em greve e sete personagens morrem e passam um tempo sem serem enterrados. Indignados com o fato de não ‘descansarem em paz’ e com o pouco caso das autoridades locais, os insepultos andam pela cidade espalhando seu mal cheiro e dizendo boas verdades e alguns “segredos” para os cidadãos (que a essa hora já se aglomeravam para olhar o que os ‘mortos’ estavam fazendo de volta).

                        Adultéreo. Crime. Poder religioso. Violência.

Entre os mortos estão:
  • Quitéria Campolargo: a matriarca da cidade, que morreu do coração;
  • Barcelona: o sapateiro anarquista, também vítima de um ataque cardíaco;
  • Cícero Branco: o influente advogado vitimado por um AVC;
  • João Paz: jovem pacifista que foi impiedosamente torturado até a morte pela polícia;
  • Pudim de Cachaça: bêbado envenenado pela mulher;
  • Menandro Olinda: o genial pianista, gravemente deprimido, que se suicidou, cortando os pulsos;
  • Erotildes: prostituta, vítima de tuberculose.


        Sem se importar em sofrer por algum chefe totalitário, ou algum regime militar, agora mortos, criticam toda aquela situação que eram submetidos em vida e todos os descasos sofridos, pois estão livres de qualquer amarra social e não há mais a necessidade de manter as boas aparências.

        A obra de Veríssimo, por conta de possíveis impedimentos políticos, não conseguiu patrocínio, mas mesmo assim, o livro não foi barrado devido ao prestígio de Érico e da grande jogada de marketing por trás da publicação.

        ‘Incidente em Antares’ é aquele dedo na ferida. Uma forma de garantir uma verdadeira liberdade de expressão longe de medos dos poderosos senhores que vivem uma conduta nada condizente com o que pregam...e mais,longe de toda aquela necessidade de fazer um papel,uma encenação, na sociedade.

              - Simples. Descemos juntos pela Rua Voluntários da Pátria ruma da Praça da República. Lá nos dispersaremos, cada qual poderá voltar à sua casa... Para isso teremos algumas horas. O essencial (prestem a maior atenção!) é que quando o sino da matriz começar a dar as doze badaladas do meio-dia, haja o que houver, todos devem encaminhar-se para o coreto da praça, sentar-se nos bancos em silêncio e ficar à minha espera.                                                      - E que é que você vai fazer? - quer saber João Paz.                                 - Vou primeiro à minha casa buscar uns papéis importantes... Depois me dirigirei à residência do prefeito para lhe entregar um ultimato verbal... ou nos enterram dentro do prazo máximo de vinte e quatro horas ou nós ficaremos apodrecendo no coreto, o que será para Antares um enorme inconveniente do ponto de vista higiênico, estético... e moral, naturalmente."



Curiosidade: Foi dirigida uma minissérie de ‘Incidente em Antares’ nos anos de 1994, pela Rede Globo.

Postado em 11:54 by Marcos Túlio

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    Eaí pessoal, venho desejar um feliz dia das crianças para quem ainda espera sua carta de Hogwarts há alguns anos (coruja lerda a minha, está atrasada há 9 anos)... Então para comemorar esse dia, bora falar sobre um livro tido como ‘infantil’? Então beleza, vem com tudo Aslam,seu gato,ops,leão...


As Crônicas de Nárnia - C. S. Lewis
Páginas: 752
Editora Martins Fontes

Sinopse:

Viagens ao fim do mundo, criaturas fantásticas e batalhas épicas entre o bem e o mal - o que mais um leitor poderia querer de um livro? O livro que tem tudo isso é O leão, a feiticeira e o guarda-roupa, escrito em 1949 por Clive Staples Lewis. Mas Lewis não parou por aí, seis outros livros vieram depois e, juntos, ficaram conhecidos como As crônicas de Nárnia.

Nos últimos cinquenta anos, As crônicas de Nárnia transcenderam o gênero da fantasia para se tornar parte do cânone da literatura clássica. Cada um dos sete livros é uma obra-prima, atraindo o leitor para um mundo em que a magia encontra a realidade, e o resultado é um mundo ficcional que tem fascinado gerações.
                                                                        Skoob.



     Bem, o Volume Único de ‘As Crônicas de Nárnia’ é composto por 7 crônicas, que são:
     O Sobrinho do Mago; O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa; O Cavalo e seu Menino; Príncipe Caspian; A Viagem do Peregrino da Alvorada; A Cadeira de Prata e A Última Batalha... Mas hoje vamos focar no primeiro livro que foi publicado, chamado ‘ O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa’.

      Tudo começa, quando quatro crianças: Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia tiveram que sair de Londres, pois estava acontecendo uma terrível guerra e vários ataques aéreos, então eles vão morar na casa de um professor já de idade. Enquanto as crianças estavam brincando dentro dessa grande casa, Lúcia (a mais nova), descobre um guarda-roupa com uma espécie de passagem  secreta para um outro mundo mágico, um mundo onde há sempre inverno, mas nunca o Natal...o mundo de Nárnia!

      É nesse mundo fantástico que conhecemos todos os nossos queridos e temíveis personagens, entre eles: A Feiticeira Branca, Sr. Tumnus, Aslam,e vários personagens mitológicos e mágicos – além de animais falantes. Vemos como essas queridas crianças amadureceram e acabaram tendo suas personalidades moldadas, mesmo tendo cometidos vários erros antes (está perdoado Edmundo).

      Pra quem gosta da temática fantástica, é uma ótima pedida, por mais que seja um mundo completamente diferente, é tão bem escrito por C.S. Lewis que a compreensão se torna muito fácil e a estória se torna apaixonante.

      Peraí, mas Nárnia é um ótimo livro e uma adaptação tão boa, é mesmo um livro infantil? Pela juba do Leão, querido narniano...Sim, este é um livro infantil, mas é tão mágico e com uma leitura tão fácil, que qualquer pessoa se sente no direito de entrar nesse mundo e se tornar um guerreiro por Nárnia – mesmo que você já seja uma criança com bastante idade. Mas não se preocupe,que não é um livro tido como bobo (por ser definido como infantil), muito pelo contrário, é um livro incrível para todas as idades.

      Vemos que a Nárnia pode ser considerado até um livro educacional, –aí entra aqueles clichês que é necessário ensinar as crianças (e até quem é adulto leva alguns tapas na cara) - como: a necessidade de se arrepender e de perdoar, a sinceridade de uma criança, o amor verdadeiro e o companherismo.

      E então narnianos, bora entrar nesse mundo mágico??? (Só não chamo vocês para entrarmos num guarda-roupa senão pega mal né).




      “Estou do lado de Aslam, mesmo que não haja Aslam. Quero viver como um Narniano, mesmo que Nárnia não exista."

                      (As Crônicas de Nárnia)


Postado em 16:20 by Marcos Túlio

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       Ladies and gentlemen, let the Seventy-fourth Hunger Games begin!

        Jogos Vorazes? Hã,tá,nome legal, só vou dar uma lidinha na sinopse para ver se sua indicação é realmente boa e quem sabe, futuramente, eu leia..............(depois de ler a sinopse) Ohhhhh! Eu preciso ler isso, me ofereço como tributo.


Jogos Vorazes - Suzanne Collins
Páginas: 400
Editora Rocco

Sinopse:

         Após o fim da América do Norte, uma nova nação chamada Panem surge. Formada por doze distritos, é comandada com mão de ferro pela Capital. Uma das formas com que demonstram seu poder sobre o resto do carente país é com Jogos Vorazes, uma competição anual transmitida ao vivo pela televisão, em que um garoto e uma garota de doze a dezoito anos de cada distrito são selecionados e obrigados a lutar até a morte! Caso vença, terá fama e fortuna. Se perder, morre. Mas para ganhar a competição, será preciso muito mais do que habilidade. Até onde Katniss estará disposta a ir para ser vitoriosa nos Jogos Vorazes?


       O universo criado por Collins é um futuro distópico, depois de destruida a América do Norte, apenas uma nação surge: Panem, formada inicialmente por seus trezes distritos mais a Capital – esta última detentora de todo o poder de Panem.

       Após uma terrível guerra (abro aqui um espaço para dizer uma frase: “War, terrible war!”), onde todos os distritos se rebelaram contra a abusiva autoridade exercida pela capital – e foram dizimados por ela . Após a vitória , foi criado um jogo televisionado – uma espécie de reality show- , chamado ‘Jogos Vorazes’, onde o objetivo na realidade, nada mais é que mostrar a superioridade da Capital.As ideias dominantes numa época nunca passaram das ideias da classe dominante” (Karl Marx).

       O jogo consistia basicamente em escolher, todos os anos, através de um sorteio, um casal de cada distrito para entrarem em uma arena e duelaram até só restar um vivo, que seria condecorado como ‘O Vitorioso’. A nossa “sorteada” é a protagonista do livro, Katniss Everdeen, que é moradora do distrito mais pobre (distrito doze - responsável pela mineração), uma garota que tornou-se bem rancorosa, após a morte de seu pai em uma explosão em uma das minas de mineração, que deixou sua família completamente desestruturada (sua mãe surtou após a morte do marido e não conseguia fazer mais nada direito). Katniss torna-se a responsável da casa, caçando com seu arco para trazer o sustento para a mãe e sua irmã mais nova Prim e brigando com sua mãe,por ela ter sido um peso morto e tão imprestável por tanto tempo, deixando tudo por conta da filha.

       O modo que Suzanne criou sua personagem foi tão rico e completamente estruturada, que vemos realmente uma garota sofrida, porém extremamente forte,  bem diferente das outras protagonistas que vemos em qualquer outra série. Por o livro ser escrito em primeira pessoa, conseguimos entender todos os sentimentos e conflitos internos (que são muitos) de Katniss, e mesmo assim, ela conseguindo se levantar e demonstrando sempre força e compaixão pelas outras pessoas (mesmo em um jogo onde o objetivo é matar... mas não se engane, ela não é só uma ‘mocinha’, ela é bem perigosa,ela é a “Garota em Chamas”)

       Ah, e o garoto que vai junto com Katniss do distrito doze? Claro, não poderia faltar um romance,certo? Peeta Mellark é o companheiro de distrito de nossa protagonista, e adivinhem? Esse cara sofria de amor por Katniss na infância, mas há outra pessoa na jogada querendo conquistar o coração da garota em chamas... um triângulo amoroso bem confuso.

          - Ela tem outro cara? - Pergunta Caesar.

          - Eu não sei, mas muitos outros garotos gostam dela - diz Peeta.
 - Então, faça o seguinte. Ganhe, volte para casa. Ela não pode te recusar então, hein? - diz Caesar.
- Eu não acho que vai funcionar. Ganhar... não vai ajudar no meu caso - diz Peeta.
- Por que não? - diz Caesar, perplexo. Peeta cora um tom de beterraba e gagueja.
 -Porque... porque... ela veio aqui comigo.
(Peeta Mellark e Caesar (entrevistador dos Jogos))



      Devemos estender um tapete vermelho para Suzanne Collins, por ter escrito uma obra tão complexa e que prende tanto a sua atenção, principalmente por ser uma obra futurística, mas com críticas indiretas à nossa sociedade atual.Panem, do latim, significa Pão...Peraí, vemos o Totalitarismo de uma nação chamada Panem, uma “distração” na forma de reality show, uma pobreza incontável...alguém aí também pensou em ‘Pão e Circo’?? Além de críticas pesadas sobre a mídia, principalmente pelo modo extravagante de vestir dos cidadãos da capital, onde há uma moda sendo ditada e há a necessidade de ser seguida, além de demonstrar a futilidade dessas pessoas , que tem tanto, mas são completamente vazias.


      E como sempre, para finalizar, uma frase:

       "Bem, é melhor você aprender rápido. Você tem tanto charme quanto uma lesma morta."

(de Haymitch (mentor do distrito 12) para Katniss)

Postado em 15:34 by Marcos Túlio

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 Sabe quando você vê uma capa de livro e acha a capa dele fascinante?? Como por exemplo, um bardo olhando uma cidade ao horizonte, um efeito de vento nas roupas, com um tom amarelado...Eu pelo menos já fico instigado a ler. Mas depois você lê  na capa “Crônica do Matador do Rei: Primeiro Dia” e você pensa: “Eu preciso disso!” . Foi essa minha primeira reação ao ver “O Nome do Vento”.


O Nome do Vento - Patrick Rothfuss
Páginas: 656
Editora Sextante

Sinopse:

     Ninguém sabe ao certo quem é o herói ou o vilão desse fascinante universo criado por Patrick Rothfuss. Na realidade, essas duas figuras se concentram em Kote, um homem enigmático que se esconde sob a identidade de proprietário da hospedaria Marco do Percurso.
           Da infância numa trupe de artistas itinerantes, passando pelos anos vividos numa cidade hostil e pelo esforço para ingressar na escola de magia, O nome do vento acompanha a trajetória de Kote e as duas forças que movem sua vida: o desejo de aprender o mistério por trás da arte de nomear as coisas e a necessidade de reunir informações sobre o Chandriano - os lendários demônios que assassinaram sua família no passado.
                                                                                               Skoob.



            Tudo começa, com Kvothe, um homem já ‘velho’ trabalhando em sua hospedaria ‘Marco do Percurso’, quando,a procura de abrigo, aparece um cronista e após muita conversa e alguns acontecimentos, o escritor descobre que o senhor da pousada é nada menos do que o tão conhecido Kvothe das lendas, e sem demora pede permissão para escrever suas histórias e saber quão real são os boatos que se espalham por todo os Quatro Cantos. Com certa relutância Kvothe aceita, mas diz que sua vida foi tão intensa e não se pode perder nenhum detalhe porque tudo de certa forma estava ligado e diz ao Cronista que contaria TODA a história,mas demoraria três dias, daí vem o nome que segue a Trilogia “A Crônica do Matador do Rei: Primeiro Dia”. Como o autor – Patrick Rothfuss – mesmo disse : “Você tem uma clássica história heróica, mas o que ele conta é a história por trás do mito[...] Você tem três histórias: O mito, a verdade e você vê a interação entre ambas as versões.”

           Kvothe começa contando sobre sua infância, dos tempos que vivia com seus pais em uma trupe itinerante de artistas – os “Edena Ruh”  - onde ele aprendeu toda a arte da dramatização e da música. Foi em uma dessas viagens que Kvothe conhece Ben, um grande Arcanista que o faz aprendiz, ensinando algumas ‘magias’, que mais tarde, Kvothe apresentaria para os reitores da Academia Arcana, para conseguir ingressar na universidade de alquimia.

           Enquanto integrante da trupe, tudo estava bem, até o momento em que todos eles são dizimados pelos “Chandrianos” – um grupo que ninguém acredita na existência - como uma lenda -, colocando em nossa versão: um grupo de saci-perêrê de duas pernas e animados em ver sangue rolar -, e Kvothe se vê sozinho. É nessa parte que suor masculino ousou escorrer dos meus olhos, pois a escrita de Patrick consegue te colocar dentro do livro e sentir as mesmas misturas de sensações que o nosso herói sente (ódio,vingança,medo,solidão), além de conseguir sentir realmente o cheiro de pele queimando.

          Sem pais, sem casa, sem amigos e sem dinheiro, Kvothe, com apenas 12 anos se vê sozinho mendigando pelas ruas para sobreviver - e vemos aqui como sua personalidade tem sido moldada - até que (como dito no começo) consegue entrar na Academia Arcana, surpreendendo até os seus mestres por sua brilhante inteligência e capacidade de dominação de simpatias e consegue também um trabalho como músico – ele tinha uma perícia incrível com seu alaúde.

           No decorrer da estadia de Kvothe na universidade, começamos a ver os princípios dele se aflorando e quem Kvothe realmente se torna (ou vai se tornando,por sua personalidade ser tão dinâmica) e começamos a ver tudo o que ele passou de sofrido até chegar aos boatos sobre o Kvothe das histórias.

         O que me tirou um pouco a paciência foi o exagero na descrição dos lugares e dos sentimentos.Por ser um livro grande, muitos detalhes tornam-o cansativo, mas depois de terminada a leitura vemos como aqueles pontos eram,de alguma forma, essenciais no decorrer. É impossível não gostar de Kvothe, Rothfuss, com perfeição, conseguiu criar um personagem MUITO estruturado e com personalidade muito forte.

          Patrick conseguiu criar um mundo fantástico e complexo (não tanto quanto o criado por J.K Rowling), mas bem construido e mais maduro. Um mundo totalmente diferente do nosso, mas ao mesmo tempo nos vemos tão familiarizados com o mundo de Kvothe que algumas vezes o tomamos por nosso.

          A trilogia continua com o segundo livro,nomeado “O Temor do Sábio”, mas isso é assunto para outro dia.


           E para fechar, uma frase de impacto:

             "Não importa como você leve sua vida, sua inteligência o defenderá melhor do que uma espada. Trate de mantê-a afiada!" (O Nome do Vento)








Postado em 16:52 by Marcos Túlio

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     Já aconteceu com alguém de pegar um livro para ler sem esperar muito dele e (BAM!) você se surpreende muito e mesmo depois de três anos você ainda está em fase de análise da estória?  Bem, esse tem sido o meu relacionamento com ‘Admirável Mundo Novo’ (Aldous Huxley)...





Admirável Mundo Novo - Aldous Huxley
Páginas: 312
Editora Globo


Sinopse:

       Ano 634 d.F. (depois de Ford). O Estado    científico totalitário zela por todos. Nascidos de   proveta, os seres humanos (pré-condicionados)    têm comportamentos (pré-estabelecidos) e            ocupam lugares (pré-determinados) . A droga soma é universalmente distribuída em doses    convenientes para os usuários. Família, monogamia, privacidade e pensamento criativo constituem crime. Os conceitos de "pai" e "mãe" são meramente históricos. Relacionamentos emocionais intensos ou prolongados são proibidos e considerados anormais. A promiscuidade é moralmente obrigatória e a higiene, um valor supremo. Não existe paixão nem religião..

                                                                                                            Skoob.



    Tudo se passa em 2540 d.C, perdão...Tudo se passa em 634 d.F (depois de Ford) em uma sociedade organizada por castas. Você pode estar se perguntando: “Tá legal, mas sempre existiu indiretamente separação por ‘castas’,então qual a novidade disso?” A novidade é que as castas não se dividiam de acordo com o lugar que as pessoas nasciam...peraí,eu disse ‘nasciam’? Esse conceito NASCER não existe mais.Falar sobre Pai e Mãe era apenas para se referir a um fato, passado, onde o nascimento se dava apenas na relação entre um homem e uma mulher, mas tudo isso era antes do nosso Ford.

     A produção de seres humanos agora é em série,criados em laboratório, na maioria das vezes através do Processo Bokanovsky, onde geneticamente apenas um óvulo poderia gerar 96 gêmeos. Desde a ‘criação’ desse ser “humano”, ele era manipulado biologicamente e condicionado a fazer os trabalhos de sua casta além de,através do sono, serem condicionados através do Sistema Hipnopédico, que consistia em falar centenas de vezes uma mesma frase, para ficar gravado no subconsciente e acabar por tornar-se uma verdade (usada constantemente para afirmar quão bonito era o Estado e suas leis)

    Cada casta usava uma cor de roupa e eram separadas da seguinte maneira : Alfa (Classe mais alta (TOPO) – Cor: Cinza) , Beta (Cor:Amora), Gama (Cor:Verde), Delta(Cor:Cáqui) e Ípsilon (Classe mais baixa (BASE) – Cor:Preto)

                                                                                  (professorreider.weebly.com)

     Além disso, desde a infância eles eram estimulados a brincadeiras com um fundo ‘erótico’, condicionando-os a prosmicuidade.”Todos são de todos” é um lema existente nessa sociedade, sofrendo muita repressão quem não segui-lo. Livros também eram abomináveis, condicionavam-os (com choques elétricos) para ficarem sempre longe de qualquer livro, para evitar um futuro questionamento e desestabilidade social.Religiosidade também não era permitida, apenas devoção ao grande Ford.

     Todos sentiam-se felizes com suas funções na sociedade (já que haviam sido condicionados de acordo com a casta). Não havia reclamações, todos eram “felizes” e “adoravam” o Estado, até mesmo qualquer conflito interno ou desejo era controlado através de uma dose de felicidade através da substância/droga chamada “soma” que era oferecida aos trabalhadores em todo fim do expediente, a fim de não desestabilizar a ordem da sociedade.

    Depois de toda essa explicação sobre a nova sociedade, eis que surge Bernard Marx, um alfa um pouco diferente fisicamente dos outros (em um mundo onde todos são iguais,ser um pouco mais baixo rende desconfianças), que parecia ser o único insatisfeito com a sociedade. Em uma viagem de trabalho, com Lenina – sua secreta paixão, pois era um crime gostar realmente de apenas uma pessoa,era anti-ético – ele descobre um lugar chamado ‘Malpaís’ (uma espécie de reserva indígena do nosso tempo, onde os ‘selvagens’ do passado (pessoas que não faziam parte da nova sociedade, isolados de tudo) andavam livremente e procriavam ao estilo natural) .É nessa reserva que Bernard encontra Linda e seu filho (que são rejeitados pela civilização,visto que Linda era uma Beta, porém teve que fugir da sociedade após descobrir que estava grávida (que absurdo engravidar :O ) , e pelos selvagens, por conta de Linda sempre dizer que sua vida era péssima, diferente da sociedade,onde ela se sentia tranquila).

    O caminho das duas sociedades estão quase colidindo, qual será o desfecho dessa sociedade distópica?
A resposta você só encontrará no livro ‘Admirável Mundo Novo’...


   Depois de ler essa incrível obra, vemos o lado profeta de Aldous. Na leitura do livro você pensa ‘Bela distopia, mas  foge bem da realidade’, mas se você analisar bem, o futuro de Huxley já está começando agora. Vemos que a tecnologia e a ciência moldam o homem moderno a ser mais insensível. O soma já está na rua, por um preço bem acessível (e que concordem comigo os alcoólatras e dependentes químicos). A manipulação midiática soltando tanto lixo em nosso subconsciente e depravando nossos valores. Sim, somos felizes, Brasil é pentacampeão, o que mais importa?... falta realmente só o Pão, porque o Circo já está armado.




Extra: Músicas que serão olhadas de outra maneira depois de ler 'Admirável Mundo Novo' 

Pitty - Admirável Chip Novo

[...Parafuso e fluido em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado.
Mas lá vem eles novamente e eu sei o que vão fazer:
Reinstalar o sistema



Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste e viva...]




Zé Ramalho - Admirável Gado Novo


[Vocês que fazem parte dessa massa que passa nos projetos do futuro
É duro tanto ter que caminhar e dar muito mais do que receber
E ter que demonstrar sua coragem à margem do que possa parecer
E ver que toda essa engrenagem já sente a ferrugem lhe comer

Ê, ô ô, vida de gado, povo marcado, ê, povo feliz...]




Postado em 14:24 by Marcos Túlio

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    Nada como começar por uma resenha de um livro que tem um grande valor para você, certo?
Começando pelo autor, não há como negar que Dan Brown é um grande lançador de best-sellers, não obstante um grande receptor de críticas pelo fato de seus livros carregarem ‘pensamentos’ – que na maioria das vezes não passa de ficção, como em qualquer estilo literário - contrários à sociedade, igreja, política e ciência,e esses, tomando as dores, lançam-nas como pedras em direção a esse renomado escritor.

    Então eis que vos apresento o livro que me ‘iniciou’ ao clube literário, Anjos e Demônios.







Sinopse: 

As vésperas do conclave que vai
eleger o novo Papa, Langdon é chamado às
pressas para analisar um misterioso símbolo 
marcado a fogo no peito de um físico assassinado
              em um grande centro de pesquisas na Suíça.
             Ele descobre indícios de algo inimaginável: a assinatura macabra no
             corpo da vítima é dos Illuminati, uma poderosa fraternidade 
             considerada extinta há quatrocentos anos. A antiga sociedade
             ressurgiu disposta a levar a cabo a lendária vingança contra a Igreja                        Católica,seu inimigo mais odiado.

                                                                              Skoob.




    Tudo começa com Robert Langdon – professor de simbologia da Universidade de Harvard – sendo acordado com um telefonema de alguém desconhecido dizendo que precisava de sua ajuda. Era madrugada então Robert nem deu tanta atenção e desligou o telefone. Pela manhã, Robert recebe um Fax onde mostra um cadáver com a cabeça torcida e uma marca feita a fogo, onde se via um ambigrama (figura em que se você virar 180º, verá a mesma palavra escrita) escrito ILLUMINATI – um grupo que todos pensavam que estavam extintos.

    O homem do telefonema? O Diretor do CERN – maior centro de investigação. O homem que havia morrido era Leonardo Vetra, físico e padre católico, que deixou sua filha adotiva Vittoria Vetra – uma cientista forte e determinada - sozinha com sua pesquisa secreta, a ANTIMATÉRIA - uma forma de fornecer energia infinita, OU,  com apenas uma gota fazer uma grande explosão nuclear.

     A vida de nossos personagens tomam caminhos bem diferentes quando a antimatéria é roubada, e o sistema de segurança da bateria é de apenas 24horas, ou seja, se não conseguirem recuperar a antimáteria em 24horas(não, Jack Bauer não está no livro) a antimatéria explodirá e devastará tudo e todos.

    Langdon e Vittoria são levados para Vaticano, onde está prestes a acontecer o conclave , já que o antigo Papa havia falecido. Todos os cardeais já foram levados para a Capela Sistina, exceto os quatro ‘preferiti’(preferidos e com maiores chances de se tornarem o novo papa) , que ninguém sabe e nem tem notícia deles. E eis que os ‘Illuminati’ entram em ação ameaçando os líderes locais, dizendo que estão com os quatro cardeais e que vão matar um a um. Não há exigências, apenas querem se mostrar superiores a igreja e destruí-la.
      
                                 Água. Fogo. Terra. Ar. Mortes.

    E então o nosso querido pesquisador e sua nova amiga cientista entram em uma corrida contra o tempo. Será que eles vão conseguir destruir sozinhos toda uma fraternidade poderosa e salvar os cardeais? Ou melhor, salvar toda a cidade do Vaticano de uma explosão nuclear?

    Anjos e Demônios é um daqueles livros que te prendem, que te tira o fôlego de verdade, que você se vê obrigado a ler nos seus cinco minutos de intervalo, pois a narrativa é empolgante e há muita cena de suspense. Por mais que você tenha um faro investigador, será difícil descobrir o que o assassino quer e quem ele é. E então, que tal dar uma de Sherlock Holmes e dar uma chance para o livro?


Ps : Ainda não conheci uma mestra de ioga.



Postado em 00:40 by Marcos Túlio

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Aloha pessoal, 

Venho aqui agradecer pela visita nesse meu primeiro blog, em seu primeiro post, em seu primeiro segundo de vida ativa.

O blog 'Teoria Literal' será um blog literário, sempre atualizado com as resenhas dos melhores livros, as melhores notícias do cinema e com um pequeno espaço para música de qualidade.

Sintam-se a vontade para deixar seus comentários, críticas e sugestões...
Então bora começar a curtir um 'cadinho' ??



Espero que gostem e que voltem sempre :)


"And may the odds be EVER in your favor."



Postado em 23:26 by Marcos Túlio

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